O diário de Leticia B parte III - Agatha Aranza

"Ele me disse, que jamais esqueceria a maneira como meus cabelos se abriam em leque sobre o lençol de seda branco. Ele me disse, que meus cabelos traziam o sol para dentro do quarto e através dos meus olhos ele podia ter um pedaço do céu azul, límpido digno de uma manhã de verão.
Mesmo ali naquele quarto, com o relógio marcando duas horas e quinze minutos de uma madrugada de janeiro, ele ainda conseguia vislumbrar o céu do amanhecer nos meus olhos.
Theo nunca me disse algo assim, nunca me olhou com tanta admiração.
Theo nunca me tocou como William fez naquela madrugada. Cada noite com ele parecia ser a primeira vez, eu sentia as mãos dele trêmulas de desejo, suas mãos exprimiam o mesmo carinho e cuidado extremo que ele expressava com as palavras. "
Fechei o diário novamente frustrado, como pode uma falecida atormentar a minha vida dessa maneira?
Comecei a me perguntar, será que minhas amantes também se sentiam tão insatisfeitas quanto a Leticia?
A dúvida me atormentava, naquela noite e nem quis sair de casa com meus amigos.
Lancei o retrato de Leticia na parede, ao mesmo tempo que o retrato se tornou um punhado de cacos no chão, do mesmo jeito ficou o meu coração. 


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