Eletricista que salvou cinco em desabamento se arrastou para escapar


O eletricista Bento Lopes, 37, trabalhava no

acabamento do prédio que desabou na manhã

desta terça-feira na região de São Mateus, na

zona leste de São Paulo, e afirmou que escapou

por pouco. "Achei que ia morrer, não dá nem

pra falar o que foi", afirmou ele.

"O teto desabou e foi levando tudo. Corri para

um quarto, duas paredes caíram, mas o teto

ficou. Só bati um pouco o braço, nada grave.

Quem me salvou foi Deus", afirmou Lopes, que

conseguiu tirar cinco pessoas dos escombros.

Para sair, ele disse ter arrastado o corpo por

entre os escombros e encontrado espaço ao lado

de caixas de piso, que seguraram as lajes e

criaram espaço para sua fuga.

Durante a tarde, ele foi levado pela PM ao 49º DP

(São Mateus) para prestar depoimento. Lopes

disse que seu celular ficou no desabamento e só

sossegou quando conseguiu avisar a mulher e a

filha, de 15 anos, que estava tudo bem quando

usou o telefone de um amigo.

Após prestar depoimento, ele voltou ao local no

início da noite para acompanhar o resgate dos

colegas de trabalho.

O imóvel que desabou tinha dois pavimentos e

ficava na avenida Mateo Bei, altura da rua

Margarida Cardoso dos Santos. No local estava

em construção uma loja de roupas. Antes, o

endereço abrigava um posto de gasolina. Ao

todo, cerca de 35 pessoas estavam no prédio.

Segundo os bombeiros, seis pessoas morreram

na queda e outras 24 ficaram feridas. Por volta

das 16h, as buscas no local continuavam com

sete cães farejadores e 200 pessoas, sendo 113

bombeiros e policiais. Quatro casas em volta do

local também foram atingidas e estão

interditadas.

Entre os desaparecidos estava Felipe Pereira dos

Santos, 20. Segundo seu pai, Francisco Feitosa

Filho, 37, o jovem trabalhava no almoxarifado do

canteiro e funcionário da Salvatta Engenharia. "Ele

trabalhava numa loja, mas mudou de emprego

porque iria ganhar um pouco mais. Fazia duas

semanas que ele estava trabalhando", disse.

ALVARÁ

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a obra que

desabou não tinha alvará necessário para

construção. De março para cá, o

empreendimento já tinha sido multado duas

vezes.

Em 13 de março, a Subprefeitura de São Mateus

emitiu um auto de intimação e um auto de multa

--no valor de R$ 1.159-- por falta de

documentação no local da obra. No dia 25 do

mesmo mês, a subprefeitura emitiu outra multa

pelo não cumprimento da intimação anterior, no

valor de R$ 103.500, e embargou a obra.

No dia 10 de abril, os engenheiros responsáveis

apresentaram o pedido de Alvará de Aprovação

de Edificação Nova na subprefeitura. Porém, não

foi pedido o alvará de execução da obra. Mesmo

assim, eles deram início às construções. Os

engenheiros recorreram das multas, o que ainda

está sendo analisado pela prefeitura.

"De acordo com o Código de Obras, a obra só

poderia ter sido iniciada, mesmo sem resposta da

subprefeitura, caso tivessem decorridos os

prazos dos dois pedidos, ou do pedido conjunto

(alvará de aprovação e alvará de execução). Ainda

assim, a obra ficaria sob inteira responsabilidade

do proprietário e profissionais envolvidos e

estaria sujeita a adequações ou até demolição",

diz nota da prefeitura.

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